1° MOSTRA COLETIVO VIRTUAL
UMA HOMENAGEM AO DIA INTERNACIONAL DA MULHER
EXPOSIÇÃO ”SENHORA SECRETA – UM OLHAR PARA AS ESTRELAS”
Porque quando se tem tantas qualidades,
Basta-lhe a fé e coragem para viver bem:
Cuidar de si e educar aos filhos.
Se ela tem que calar, cala-se como uma rainha.
Depois, ao lavar suas roupas na lagoa, meditará sobre o silêncio a pouco exercido.
Em vez de uma coroa ela usa um lenço colorido e bordado com suas mãos, repletas de cores que só a esperança é capaz de pintar.
Ela ajuda a seu marido, porque sabe que por ele é bem guardada.
É grata para com os seus vizinhos, porque sabe que a angustia da espera dos homens do mar é dividida tal quais os peixes por eles trazidos.
Eis a revolução de Sinhá Jacinta!
E assim caminha esta mulher, cantando e contando histórias sobre a riqueza de seu cotidiano, que vive em uma casinha construída e limpa por suas próprias mãos.
Da janela, olha para sua paisagem,
O horizonte infinito do mar.
Ela aprende com sua filosofia serena, com as pessoas,
Com a vida e com a própria morte.
Para ela o que realmente importa é a segurança da certeza
De que o melhor lugar do mundo é aqui e agora.
Ao contrário de meu castelo, em cima de dúvidas, construído.
Então, só me resta deixar fluírem meus pincéis, até outra Jacinta voltar.
Autora: Claudia Colares
Um dia com muitas perguntas e poucas respostas.
Um dia na fresca cabeça de artista frente a mais uma tela em branco…
… Construindo um castelo de dúvidas sobre valores, ordens, palavras e formas de viver.
E enfim, nasce por si só, Sinhá Jacinta!
Uma mulher que traz em seu olhar, na mesma medida:
Serenidade, paciência, sabedoria, humildade e simplicidade,
Mas acima de tudo sinceridade.
Sinhá Jacinta observa, ora e age.
Senhora secreta sacerdotiza tu és
– E habitas meu ser sagrado que velo.
Aos pés do calvário da vida…
Mulher não desanimas…
Ânima que és, me animas à vida que tens.
Quantas vidas te fazes secreta…
Na mulher que senhora és…
Do cerne no centro da alma sublimas…
A dor pelos filhos…
Homens que partiram…
Amando a sagrada família.
Desse mundo caminhos solitário…
Sacramento aos pés da cruz…
Onde vives senhora mãe…
De natureza humana que tens…
Nessa alma que move teus santos fiéis.
Santa sagrada senhora…
Tu és meu convés…
No secreto és o timo senhora.
És sagrada na mulher em nós.
Autora: Vera Itajaí
Obra da Série “Senhora Secreta”
Uma secura afagou-lhe as águas fronteiriças enquanto a alma molhava-se de círculos.
Decantava sofregamente emoções submersas no percurso de ida ou talvez não.
O amor era um engano farto de ser-lhe – pestanas mudas do choro desencontrado de já
não saber derramar-se, a concha arredia desnudando a areia desconexa, o escrutínio
intranquilo e definitivo dando-se ao alcance dos contornos, moles, enrubescidos em
ápices arrebanhando o redobrar das horas, subindo ao ar em pequenas gotículas de sais
dissolvidos em ondulação, desidratava-se enquanto salinava o perfume de um nome, a
ardência da pele evadindo-se em refulgências geográficas, minúsculas velas de navios
pequenos ao pouso de gaivotas gris – exotismos inextinguíveis – a marca não
desaparece quando se subtrai o que a originou, ouvira dos nimbos e dos mergulhos
marginais.
No outro refúgio onde dominava estranhos percursos, as marés começavam nos primeiros dias de si
– o transcorrer dos anúncios próximos do oceano
– e haver como obtê-los, sons e sentimentos, ah! os divisores de águas, de onde veem as lentes alucinadas da invenção
– não entender o que se fora …sobrevivia em percalços lábeis, desaparecidos numa qualquer intacta memória. Para além da emoção, a inércia vigorosa, fractal.
Autora: Tere Tavares
A artista e Escritora Anete Mendonça que participa desse Coletivo, nos prestigia com um belíssimo texto em homenagem a Mulher, para essa Exposição “Senhora Secreta – Um Olhar para as Estrelas” (Vera Itajaí).
“Expressar a mulher com a beleza que ela é, mesmo que encoberta
como a semente que latente faz aflorar as emoções
Ao desabrochar já exala a essência da vida
E ao crescer aponta para o alto com o olhar
Reluz o brilho das estrelas ecoando o som do universo através das ondas
que como galhos dissipam no mais profundo ser
e o sentir do secreto retorna a olhar para as estrelas
aonde ela se vê uma verdadeira senhora secreta.”
Autora Anete Mendonça.