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“No meio do caminho tinha uma pedra , tinha uma pedra no meio do caminho” disse Carlos
Drummond um dia desses…
Já o meu amigo Manoel de Barros , falava que era um” apanhador de desperdícios”
Adélia Prado, tinha um outro olhar sobre a poesia da vida e o poder de Deus, e falava que
“De vez em quando Deus me tira a poesia. Olho pedra, vejo pedra mesmo.”
Isso sim é triste! Não ter poesia.
Eu, não perco um presente que me é ofertado preciso sentir, o sol, o vento, poder enxergar
um pouco além das horas corridas e contadas através de um objeto que faz com que todos
envelheçam cronometrando o seu tempo de existência matando assim em cada um a sua
verdadeira forma de ser, o viver.
Não sei viver esse tempo, de janeiro a dezembro , um ano um mês , noite e dia e quem sabe
um café a tarde. Pobre vida!
E há quem deseje ainda a sobrevida dessa vida, não consigo
e luto com o luto de coisas que morrem e nascem em mim
porque até para viver é preciso morrer.
O melhor caminho para conseguir viver de verdade, uma verdade
é reconhecer que a todo instante nascer e morrer faz parte , e que é preciso acreditar nos
pequenos presentes da vida.
Nunca consigo nascer da mesma forma,
mas uma coisa eu sei, presente que é dado nunca é esquecido.
Acho que Drummond, Manoel, Adélia e muitos outros também sabem disso.
Autora: Marcia Loretti